tag:blogger.com,1999:blog-44001007836892287362024-02-07T05:58:42.322-03:00Delírios da AlêAlêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.comBlogger17125tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-85018726157262147112010-11-15T18:08:00.008-02:002010-11-17T10:54:40.946-02:00Sobre a minha real finitude...<div style="text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuB5Of16aptwPPW1JYSauea_LHv3N6GWkWg-2-L9soIxtwxNTPBi4tnQqPbpmiqzo8_WrCymiBIBUXu8voOBgzlEjZr7WkuT1VFQRd6-s_ewm9yEwIxoMiYFmuaLiDxi-jS-I1FwR4daE/s1600/Natureza.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuB5Of16aptwPPW1JYSauea_LHv3N6GWkWg-2-L9soIxtwxNTPBi4tnQqPbpmiqzo8_WrCymiBIBUXu8voOBgzlEjZr7WkuT1VFQRd6-s_ewm9yEwIxoMiYFmuaLiDxi-jS-I1FwR4daE/s320/Natureza.jpg" width="240" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: center;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: center;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><strong>"Oh, Deus / Que faço dessa felicidade ao meu redor / Que é eterna, eterna, eterna / E que passará daqui a um instante? / Por que o corpo só nos ensina a ser mortal?"</strong></span><br />
<div style="text-align: center;"><strong><span style="font-family: inherit;"> Clarice Lispector</span></strong></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><span style="font-family: inherit;"><br />
</span><br />
<div align="justify"><span style="font-family: inherit;">Oi, Pessoas!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">Fiquei impressionada com o tempo que levei para a nova postagem...quase dois meses!!! Não senti o tempo passar...bom, também com taaantas e taaaantas coisas acontecendo, vida que flui, enfim. Aliás, a vida passa como se fosse a queda de uma cachoeira, do tipo vazão forte. Amo cachoeira, acho meio transcendental, meio místico, meio mágico. Aquela água cristalina, intensa, natural e forte...putz! ADOROOOOOOO!!!! Tirei essa foto na Serra Gaúcha, lugar que amo!!!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">Creio que já tive a oportunidade de escrever que me identifico profundamente com os escritos de Clarice Lispector. Mas, ao me deparar com a pergunta "Por que o corpo só nos ensina a ser mortal?", senti que alguma coisa se desprendia do meu corpo....seria mesmo do meu corpo? Ou seria da alma? Passei dias tentando nomear o que me percorria. Não chegava à conclusão alguma. Assim, resolvi dialogar e, ainda sem uma conclusão, decidi chamar essa "coisa" de ISSO. É isso: ISSO. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">ISSO passeava, corria, rolava, sorria, chorava, zombava. ISSO dialogava com os órgãos, com os tecidos, com as células, com a energia, com a prótese, com o coração. Com o coração?! Nãooo!!! Pedi, num tom desesperado:</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "ISSO, deixa o coração em paz! Ele está quieto, sem apresentar alterações, por favor, não brinque com ele!".</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Por que não?! Ele é tão finito quanto você! Tão irrequieto como você".</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Ah! Não, não, poupe-o! Deixa que eu acredite que ele é imortal, tão eterno e infinito quanto eu mesma!".</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Você é realmente um espetáculo! Quanta tolice! Não está vendo o quanto ele se debate? Ilusão a sua achar que ele está calmo e que é imortal! Quer que eu lhe conte o que ele me confidenciou?"</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Não!", respondi assustada.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "ISSO, por favor, volte de onde você veio. Olha só, podemos fazer um trato..."</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">-"Tarde demais para estabelecer tratos....você me libertou, agora me aguente!".</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Sabe o que mais? Você é um tirano! Fique onde quiser, aloje-se onde bem entender, eu é que não vou mais sentir você: vou lhe ignorar. Tô nem aí pra você!".</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Ai, ai, como se isso fosse possível..."</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">ISSO terminou o diálogo com aquele jeito demoníaco de quem domina a situação e de quem zomba da inquietude alheia. Logo agora que estava me sentindo imortal, plena? Justo agora que achava que gozava da liberdade dos imortais? Logo agora que estava para estabelecer um diálogo com Clarice Lispector defendendo a tese sobre a leveza da infinitude? Ia dizer a ela que o meu corpo me reportava à imortalidade, que era infinita, que descobri coisas interessantíssimas sobre o ser imortal.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">ISSO me derrubou no chão, riu de mim, ridicularizou-me e pôs diante de mim aquilo que não desejava ver de forma alguma: por mais que me esforce para ser infinita, arde em mim um sentimento altamente mundano, finito, que insufla o corpo e a alma. Sim, ele está à flor da pele, plenamente tangível, desabrochado. Ganhou cor, forma, sabor, cheiro e nome!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Responda-me, ISSO, tudo isso não seria o famoso veu de Maya? Acredito que isso é uma ilusão, eu..."</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Tsc, tsc, tsc....você é tão finita quanto infinita, minha cara. Não aja como se as duas coisas fossem separadas. Aprenda! A grande arte, a grande mágica da vida está em unir o que é aparentemente inconciliável. Entendeu o que eu disse? APARENTEMENTE. Aceite-se mortal e imortal, sem culpa, sem medo...ah! Essa culpa judaico-cristã...tsc, tsc, tsc. Então viva...e viva-me!".</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Mas quem é você, então?"</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Muito prazer, eu sou a PAIXÃO! É isso (com minúsculas): põe aí, PAIXÃO (com letras maiúsculas)".</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "E o que eu faço com isso, que não é mais ISSO, que virou PAIXÃO?"</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Viva-me até cansar....quem sabe não se transforma em amor?"</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Você tem noção do que está me pedindo? Sabe o que vou ter que fazer para viver essa PAIXÃO, ou melhor, viver você? Escalar o Monte Everest mais o Himalaia. Sabe qual pode ser o resultado dessa soma (aliás, o mais provável)? DECEPÇÃO (com todas as maiúsculas possíveis)".</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">- "Bem-vinda ao mundo dos mortais e da finitude, querida!".</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: inherit;">Ah! Bem que Clarice estava certa: não é só o corpo que me dá a sensação de finitude, mas a felicidade, que me parecia tão eterna, também é finita.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Beijos historiados,</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Alê</span></div></div>Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-3685502303857929682010-09-17T18:26:00.003-03:002010-09-17T19:00:32.748-03:00A artroplastia, a coxartrose e eu 2!<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj70Zkb-qWVxdBlCme-tQCDx6eJXsWaebnzXItTxfWaHYkh1YH9iW_0AE4o1VXzQY3jD-U2UWN_5msgkuJpIsePL0KSn5G27tNDikbBw-wwtcBxtMoyHnTJ27PWgOc5LNn5lnw-0akFwHk/s1600/Z14y2w70.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" qx="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj70Zkb-qWVxdBlCme-tQCDx6eJXsWaebnzXItTxfWaHYkh1YH9iW_0AE4o1VXzQY3jD-U2UWN_5msgkuJpIsePL0KSn5G27tNDikbBw-wwtcBxtMoyHnTJ27PWgOc5LNn5lnw-0akFwHk/s320/Z14y2w70.jpg" width="320" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Oi, Pessoas!</div></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Em primeiro lugar, quero agradecer a todos, porque esse blog tem "bombado"! Valeu, galera!</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div>Procurei uma foto que retratasse exatamente tudo o que sinto nesse momento. Vasculhando meu arquivo de fotos, encontrei essa, tirada de um avião. Toda vez que viajo na janela do avião (sempre peço esse assento) tenho a sensação de tocar o ceu com as pontas dos dedos. </div><div style="text-align: justify;">Gente, hoje quero compartilhar a minha alegria: fim das dores e das muletas!!! É isso aí, LIBERDADE!!! Não me lembrava mais como era caminhar sem dores e sem estar "torta". Difícil descrever essa sensação...só consigo sentir, mas não exprimir. É como diz Bob Dylan: <em>"That long black cloud is coming down/I feel like I´m knocking on heaven´s door"</em>. A minha noite foi longa....muito longa e as nuvens pesadas. Mas nada mais colorido, lindo e deslumbrante do que colorir a própria vida...e ver o alvorecer! Com matizes vibrantes. Celebro a vida, na qual jamais deixei de acreditar.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Permaneci ao longo de três meses dentro de casa, sem colocar os pés na rua. É isso mesmo: três meses. A artroplastia de quadril tem uma recuperação causticante. Quem fez me disse: "Pior do que as dores só a recuperação. Prepare-se!". Não acreditei, pois pensava: "O que seria pior do que sentir essas dores lancinantes?". Só se sentir desprovido de liberdade e de autonomia no momento do pós-operatório! Foi aí que entendi o recado. É óbvio que cada um terá a sua vivência...é claro que, neste espaço, descrevo a minha. Foi dessa forma que vivenciei o pós-op. Tive que criar coragem, paciência (muuuuita paciência), resignação e ir me libertando paulatinamente dos meus grilhões...físicos e psíquicos. Podem acreditar que eram pesados! Mas, hoje, ganho novo fôlego, tento me revestir do meu melhor, garimpar os diamantes que essa experiência deixou. Se você passa por um período difícil na vida certamente levará coisas boas dele, sobretudo se conseguir vencer muitas coisas em si mesmo. Acho que consegui lapidar algumas coisas em mim. Esse foi o sentido dessa experiência. Assim foi a forma de lidar com isso: apesar de tantas dores, procurei extrair o melhor que pude dessa situação e me tornar alguém 0,0000000001% melhor.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Bom, agora o objetivo é ganhar massa. E entrei na musculação. Pois é, gente, quem me conhece sabe que sou um tanto avessa a essas coisas, mas estou indo imposta mesmo, pura necessidade. Meu primeiro dia de ralação foi ontem. Encontrei profissionais super legais, acostumadas a trabalhar com paciente que tenham feito artroplastia, o que facilitou a elaboração do programa de musculação. No primeiro dia fiquei totalmente perdida...quem disse que entendia alguma coisa daquelas aparelhagens? Afinal, o que eu amo mesmo é o ser humano, não aqueles aparelhos. De mim para comigo, pensei: "Creeedo! Como é que eu mexo nessas coisas? Nunca pude fazer musculação na vida! Help!!!". Apesar de toda ajuda que obtive, sentia-me um "ET" no meio daqueles músculos ambulantes. Ao ponto de uma pessoa me encontrar no estacionamento após a aula e dizer: "Oi! Eu estava na mesma turma de musculação que você. Você vai adorar as aulas! No início é assim mesmo, a gente fica meio perdida, cansa muito, mas é super legal! Boa sorte!". A pessoa nem me deixou falar...mas falar pra que tb? A minha expressão já traduzia o que ia no íntimo: desconforto numa esfera que não transito bem. Tratei de me olhar logo no espelho, o qual tb zombava de mim. Como pode? E olha que era bailarina (antes do acidente), nadava pacas, fiz travessias (antes da dor), mas a musculação é um desafio pros meus bíceps, tríceps, quadríceps, gluteos, pernas (pobres panturrilhas!). Adoro esteira, mas odeio bicicleta! Enfim, não é que tudo isso já começa a fazer a diferença? Não é que a musculatura fica um tanto mais forte? Pensando pelo lado positivo, até que acho uma boa, porque vou sarar as pelancas. Ou vocês pensam que não pedi para malhar os braços? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- "Quero tudo inteiro e por igual, tá? Já que tô na chuva...Ah! Eu quero tanto sarar o abdome tb...é possível? Não traz prejuízo à prótese? Pelo amor de Deus, essa coisinha fofa que me habita é filha única de mãe solteira e pai desconhecido! Preciso perder peso, porque desejo voltar a vestir 36". </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">- "Relaxa!", palavra de ordem do professor, rindo das minhas loucuras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-"Mas não tô estressada!".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O bom é que não senti dor ou desconforto na musculatura ou mesmo na prótese. O programa traçado pelos profissionais está sendo super eficaz. Vou contar o meu grande fetiche na musculação: olhar, na esteira e na bicicleta, as calorias perdidas. Que estímulo! Quase coloco as vísceras pra fora, mas me sinto realizada pela perda de calorias. Depois, vou direto na balança! Isso tem cara de que vai virar um ritual.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E o meu encontro com a rua? Quem está acostumado a uma vida ativa, trabalhar, movimentar-se minimamente não se habitua a ficar três meses de molho. Portanto, o meu encontro com a via pela qual a vida circula foi massa (massa vira até adjetivo, além de palavra de ordem)! As ruas cinzas que circundam o hospital ganharam uma cores toda especiais. Era o primeiro lugar de "visita" após a artro. Respirava a longos haustos o ar (mesmo abafado e cinza) do centro da cidade. Que bom ver as pessoas circulando. Seriam mesmo reais? Tudo aquilo era real? Pedi à minha mãe que me beliscasse, porque aquele reencontro era surreal demais! Estava viva! Finalmente me sentia viva! Vivacidade maior senti quando soube que poderia deixar as muletas. A princípio a ficha não caiu...não conseguia ouvir aquilo. Pedi ao médico que repetisse; indaguei-me se aquilo não seria um sonho. Se o fosse, não desejava acordar. Estava bom demais! Aliás, tive a impressão de que ele mesmo ficou surpreso com a evolução, se é que não estou errada. Sim, agarrei a oportunidade com unhas, dentes e tudo o mais que fosse preciso para retomar a minha vida. Queria muuuuito, muuuuito, muuuuito viver sem dores e sem muletas, se assim fosse possível. E foi! </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ah! E o reencontro com os meus amigos? Gente, quanta emoção! Eu, que sou meio "dura na queda", peguei-me chorando várias e várias vezes. Rever todos, ir aos lugares que sempre amei me fizeram revigorar. Pasmem vocês, a grande maioria das pessoas se emocionava com o meu retorno. Alguns pareciam que viam um fantasma à frente, não acreditavam, levavam um susto de verdade, ao ponto de até eu me assustar com o susto do outro! Difícil será esquecer esses momentos de troca de afeto. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Estou em paz comigo...é um momento de renascimento, de emergir de águas profundas, de experimentação, de me revisitar. Não posso expressar o que sinto sob risco de ser extremamente reducionista. Porém, o que posso dizer é: VALEU A PENA!!!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Bjks!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-19464865703207371822010-08-28T16:44:00.013-03:002010-12-11T16:42:58.695-02:00Sob o veu de Maya: tentativa de resposta aos dissabores de Vini<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1v3EybPi4erIVEcbPUQYk441J9g1bqssMRUDa2g301yrnauGkre5SVBPooCZ3N4uekwB96uPYAxyfS7JwK5HRdp7i3783cHoZuiE_K7vq0AltAN5inedZiWsS8GqAaAlYmXcLppcsDpg/s1600/DelphicSibylByMichelangelo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1v3EybPi4erIVEcbPUQYk441J9g1bqssMRUDa2g301yrnauGkre5SVBPooCZ3N4uekwB96uPYAxyfS7JwK5HRdp7i3783cHoZuiE_K7vq0AltAN5inedZiWsS8GqAaAlYmXcLppcsDpg/s400/DelphicSibylByMichelangelo.jpg" width="392" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Oráculo de Delfos, por Michelangelo, afresco da Capela Sistina*</td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Outro dia, "recebi" uma notícia muito desagradável que ocorrera com um grande amigo (em respeito, vou chamá-lo de Vini, embora ele tenha, gentilmente, permitido a transcrição de nossos diálogos e sobre o que lhe ocorreu). </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Estava em casa (ah, vá! Isso é quase um pleonasmo, já que não posso sair!) e, de repente, a sua figura me veio à mente. Como somos muito ligados, percebi que isso poderia ser uma captação inconsciente, uma espécie de sincronicidade (por causa disso ele me chama "carinhosamente" de "Bruxa"). Imediatamente, liguei para ele. Caixa postal. Liguei de novo, mais tarde, e nada! Liguei para o consultório, para a casa, amigos em comum e nada! Fiquei angustiada. Depois de muito tentar, tive uma ideia que me levou a descobrir, de fato, o que lhe acontecera e que ele tentou, a todo custo, esconder de mim, dado o processo de reabilitação.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Esperei alguns dias para falar com ele, já que estava incomunicável e eu no "claustro". Finalmente, consegui falar com Vini! Atendeu muito preocupado, pois não queria me causar sobressalto, e perguntou como havia descoberto. Narrei o que havia sentido. Ele me disse:</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">-"Alê, sua Bruxa! Preciso muito conversar com você, muito mesmo! Estou tão perdido, tão confuso! Você conhece a minha formação cartesiana. Sei que você também a teve, mas acho que consegue transitar bem melhor do que eu pelo imponderável".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">-"Tudo bem, quando você quiser me liga pra gente conversar. Mas, olha, eu não sei se consigo transitar tão bem assim no que você chama de imponderável, viu? Não espere tanto! Ah! Também não sou bruxa; já expliquei o que aconteceu".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Dias depois, Vini me telefonou, já em casa, após o "susto". Falou sobre o que tinha lhe acontecido e trouxe uma vasta gama de questionamentos. "Descobriu" a imprevisibilidade da vida, a falta de controle que temos sobre ela, o medo da morte, em que consistia essa grande dama, afinal. Ele precisava entender o que lhe aconteceria se morresse. Estava muito aflito, coitado! Muitas, muitas questões. Escutei atentamente e ponderei:</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-"Sabe, acho que nós dois estamos recebendo uma oportunidade de desvendar o veu de Maya".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-"Me fala sobre isso?"</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">-"O Veu de Maya é aquilo que os hindus definem como uma ilusão, um grande erro sensório que possuímos em relação ao mundo e a si mesmo. Sabe? Andamos pelo deserto, pela vida nos valendo desse veu, acreditando sempre que estamos andando em linha reta, fazendo a melhor coisa. Por causa dele, os homens acreditam que estão no caminho certo, mas não conseguem ver o perigo que muitas vezes os espreitam na caminhada, quais sejam, caminhar para lugar nenhum e esquecer a sua verdadeira origem. Quantas vezes, Vini, eu, você, todos nós, somos desviados de nosso <em>self</em>, nossa essência, o que temos de mais genuíno? Acho que nós caminhamos iludidos por esse veu, o que nos faz querer enxergar o futuro sob ele, olhando através dele, sempre buscando mais e mais, e nos afastando de nossa origem. Lembra-se de Saulo de Tarso, na Estrada de Damasco, quando viu a luz? Naquele momento, Saulo, posteriormente Paulo, estava desvendando esse veu. Lembra da cegueira durante os três dias e das escamas que saíam de seus olhos? Você se recorda do que Jesus lhe disse? 'Saulo, Saulo, por que me persegues?'. Jesus não apenas exortava a trasformação dele, mas tb fazia-o retornar à sua origem divina. Isso se constituiu numa transmutação, entende?".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">-"Agora me diz: como eu tiro esse veu? Eu preciso saber!".</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">-"Vini, primeiro conheça e entenda. Não comece a construir uma casa pelo telhado! A sabedoria, segundo Confúcio (500 a.C.), é construída por três vias: a primeira pela reflexão, a mais nobre, de acordo com ele; a segunda, pela imitação, a mais fácil; a terceira pela experiência, sendo esta a mais amarga. Você, de alguma forma, iniciou todo esse processo (não foi por acaso que você formulou essas perguntas), mas tem que ter paciência e persistência. Lembra do <em>Dilatasti cor meum</em>? O veu de Maya é o oposto disso. É ele que impede os avanços sobre as demais moradas da alma. Essa expansão da alma, representada aí pelo coração, é que possibilita o avanço pelo si mesmo. Lembra da inscrição no frontispício do Templo de Delfos, na Grécia antiga?"</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><em> "Te advirto, quem quer que sejas, oh tu! Que desejas sondar os arcanos da natureza. Como esperas encontrar outras excelências se ignoras as excelências de tua própria casa? Em ti está oculto o tesouro dos tesouros. Oh homem! Conhece-te a ti mesmo… e conhecerás o Universo e os deuses".</em></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">-"Então o autoconhecimento é a chave do enigma?"</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">-"Sim, uma delas, talvez a principal. E não esqueça de que Santo Agostinho dizia que não somos seres humanos numa experiência espiritual, mas seres espirituais numa experiência humana. O que quero dizer, é que as coisas não são tão 'preto no branco' quanto parecem e que a vida é infinitamente maior. Quantas vezes conversamos sobre a dialética da existência? Quantas vezes eu lhe disse que deveria existir algo muito maior e que não aprendi nos bancos acadêmicos? Aí, você me dizia que deveria prestar mais atenção nas aulas de anatomia. Acho que faltou à você uma cadeira de filosofia".</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">-"Sim, agora entendo que existir é um processo dialético".</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">-"Sabe de uma coisa, Vini? A morte, como você me falou inicialmente, é algo que me intriga bastante. Acho que, não à toa, ela perpassa o meu trabalho, seja de forma objetiva ou subjetiva. Creio que farei um estudo mais aprofundado sobre ela, o que acha?"</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">-"Acho que você é louca".</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">-"É um pré-requisito..."</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Vini inicia as suas incursões pelos "oráculos de Delfos" e busca retirar, paulatinamente, o veu de Maya. Começa a perceber que o imponderável traz uma experiência limite de nós mesmos e que é preciso muito mais do que neurônios e músculos para nos conhecermos (ou reconhecermos). </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">Deixo a composição de Fauzi Beydoun ("Além do Veu de Maya"):</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: center;">"Rio de Janeiro no inverno</div><div style="text-align: center;"></div><div style="text-align: center;">A brisa é fria mas o frio é eterno</div><div style="text-align: center;">Eu sigo a orla ao longo da Barra</div><div style="text-align: center;">A tarde avança mas ainda é clara</div><div style="text-align: center;">Não me é estranha essa sensação de caminhar a esmo</div><div style="text-align: center;">Seguir sem direção, só, comigo mesmo</div><div style="text-align: center;">Sem me importar em ir ou voltar</div><div style="text-align: center;">Sem ter que chegar a algum lugar</div><div style="text-align: center;">Andar, andar, até cansar</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Não interessa o que aconteça</div><div style="text-align: center;">Eu não tenho pressa</div><div style="text-align: center;">Embora não pareça a vida não cessa</div><div style="text-align: center;">Eu sei, depois dessa ela prossegue ou só recomeça</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Eu sinto o Sol</div><div style="text-align: center;">Eu sinto o seu calor ameno</div><div style="text-align: center;">Eu sigo só</div><div style="text-align: center;">Só, eu sigo, comigo mesmo</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Eu sei que você pensa em mim e lembra de mim</div><div style="text-align: center;">Mas eu não sou assim como você vê</div><div style="text-align: center;">Como você pensa que eu possa ser</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Você vê o meu corpo e pensa que sou eu</div><div style="text-align: center;">Ele não é eu ele não é meu</div><div style="text-align: center;">É só uma dádiva dada emprestada</div><div style="text-align: center;">Deus foi quem me deu por breve temporada</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">É só uma roupagem, densa embalagem</div><div style="text-align: center;">Que não me pertence</div><div style="text-align: center;">Aliás, nada me pertence nesse mundo</div><div style="text-align: center;">Tudo é transitório, tudo é ilusório</div><div style="text-align: center;">Ainda que se pense que o que se vê é pura realidade</div><div style="text-align: center;">Na verdade, o que se está a ver</div><div style="text-align: center;">Não é mais que um lapso</div><div style="text-align: center;">Distorcido da eternidade</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">O Sol se esvai</div><div style="text-align: center;">A noite cai tão sutilmente</div><div style="text-align: center;">Conforme o Sol se vai</div><div style="text-align: center;">Eu sinto a Terra girar quase que imperceptivelmente</div><div style="text-align: center;">Assim a gente vai</div><div style="text-align: center;">Seguindo rumos tão diferentes</div><div style="text-align: center;">Caminhos desiguais</div><div style="text-align: center;">Mais e mais distantes, continuamente</div><div style="text-align: center;">Mais e mais distantes, definitivamente</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">A cidade é um corpo disforme</div><div style="text-align: center;">Que se espalha enorme sobre a crosta terrena</div><div style="text-align: center;">Uma intrigante cena ela desperta e dorme</div><div style="text-align: center;">E deixa alguns espasmos</div><div style="text-align: center;">Ou então se consome em todo o seu marasmo</div><div style="text-align: center;">Um mundo formigante, milhões de habitantes</div><div style="text-align: center;">Todos tão imersos em seus universos</div><div style="text-align: center;">Presos aos grilhões do não saber</div><div style="text-align: center;">Das limitações de todo ser vivente dessa dimensão</div><div style="text-align: center;">Almas presas aos corpos</div><div style="text-align: center;">Sob espesso véu de ilusão</div><div style="text-align: center;">Até que estes estejam mortos</div><div style="text-align: center;">Deixarão então essa condição</div><div style="text-align: center;">E verão que corpo é só casual</div><div style="text-align: center;">Composição genética, constituição carnal</div><div style="text-align: center;">Eu poderia nascer indiano, sino africano, viver muitos anos</div><div style="text-align: center;">Pra depois morrer e voltar a nascer</div><div style="text-align: center;">Como alemão ou americano</div><div style="text-align: center;">Por que então tanta animosidade?</div><div style="text-align: center;">Se alma não tem nacionalidade</div><div style="text-align: center;">Alma não tem cor, alma não tem sexo</div><div style="text-align: center;">Esse papo de alma gêmea não tem nexo</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Eu vejo o céu,</div><div style="text-align: center;">Atrás do véu de ilusão</div><div style="text-align: center;">Um doce lar,</div><div style="text-align: center;">Além do mar da imensidão".</div><br />
<br />
*In: Ficheiro:DelphicSibylByMichelangelo.jpgthumb|LegendAlêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-17558463679392071542010-08-24T11:34:00.011-03:002010-08-25T16:19:27.655-03:00Transformando dores em flores<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFruveocVN2ZiEpSZY3k_x9mXVNBm4ZPG0TqxauvZQN6OEtWVMh9A7nbWyWtoRZVdBVtYsbfvie99ECgGPrFc8Np0gGcyN15BF2a4ouNrZ-eAbHD6DDixg76YB5YiF5AppnJ3QndfA248/s1600/Eu+2.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 175px; DISPLAY: block; HEIGHT: 312px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5509043738052072850" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFruveocVN2ZiEpSZY3k_x9mXVNBm4ZPG0TqxauvZQN6OEtWVMh9A7nbWyWtoRZVdBVtYsbfvie99ECgGPrFc8Np0gGcyN15BF2a4ouNrZ-eAbHD6DDixg76YB5YiF5AppnJ3QndfA248/s320/Eu+2.jpg" /></a><br /><div align="justify">Hello, People!</div><div align="justify"></div><br />Como é bom sentir que a aridez trazida pela dor começa a sofrer transformações! Como é bom sentir que o solo árido começa a se tornar terra fértil, germinando flores! É um processo mágico, quase alquímico, da alma e do corpo.<br /><br />Transformando dores em flores...talvez esse seja o título mais propício para me descrever nesse exato momento da minha vida. Não, hoje não falo das dores, porque elas já foram descritas (esforço hercúleo descrever o indescritível). Quero falar das flores que começam a desabrochar em minha alma, ou seja, o que me traz de novo a recuperação.<br /><br />Há dois dias venho me testando. É claro que faço isso a partir da leitura que tenho do meu próprio corpo, de entender quais são as minhas possibilidades e como posso lidar com elas. Resolvi caminhar. Isso mesmo: caminhar, literalmente. Não uma caminhada no sentido do exercício físico, mas para testar a minha própria potência. Aqui peço licença a vocês, leitores queridos, para falar sobre um conceito do filósofo Friedrich Wilhelm Nietzsche que perpassa todo esse processo de entendimento de dor e vida. Trata-se da vontade de potência: de modo simples (se é que é possível, porque Nietzsche é apaixonantemente denso), é a vontade de transcender os limites, de triunfar sobre o nada, de vencer o aniquilamento, de tecer a vida a partir de fios delicados, finos, mas fortes. É uma vontade de ultrapassar os próprios instintos. Numa palavra: um impulso de vida (<em>Eros</em> em oposição a <em>Tanatos</em>).<br /><br />Dito isso, queria ver como andava o nosso relacionamento - entre a prótese e eu - porque esse trabalho de integração é <em>"hard"</em> , pois envolve corpo e o psiquismo (expresso, em parte, por "vontade de potência", mobilizando também mecanismos "<em>psis"</em> mais complexos). Assim, caminhei num espaço seguro, longe do movimento de carros, trânsito e até mesmo de pessoas...um espaço livre, que não me oferecesse risco. Será que alguém pode fazer ideia do que significa andar sem dor para quem não podia dar alguns passos sem ela? Intraduzível, sob todos os aspectos. Pois é, andei! Ainda auxiliada por uma das muletas, mas andei durante minutos...sem dor! Quando poderia imaginar isso antes da cirurgia? Ah! Foi deliciosamente delicioso, com a licença do pleonasmo. E mais: o dia estava lindo e parece que podia sentir o sol incidindo sobre a pele, células, ossos e alma (tive a impressão de ter realizado a fotossíntese e de ter produzido clorofila). Não tinha a dimensão do quanto precisava do sol, embora o tangenciasse em casa, sem me expor prolongadamente. Senti uma luminosidade, uma alegria intensa, como uma porta que se abria para o novo. Redescobrir a vida é mesmo alquímico. Foi aí que senti as flores brotarem de um solo mais fértil, mais forte, exalando uma fragrância suave. Foi muito importante para mim perceber esse campo anímico. Já posso transitar por ele, descalça, passos leves, suaves, deliciando-me na relva mais verdejante, sentindo o perfume das flores e o ceu de um azul resplandecente. Assim passei a configurar a minha alma, desfrutando também a sombra da frondosa árvore da esperança e bebendo a água da fé.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Nesse processo de reabilitação não tive medo tocar o chão, ainda que com a ponta do pé, de saber quem é essa que agora habita em mim - a prótese - a que veio, do que ela era capaz, mas no maior respeito e cuidado, sem abusar! Não saía do âmbito das orientações médicas e isso é importante destacar. Trocando em miúdos, queria buscar entender quem é ela, como funciona. É como se estivéssemos num processo de paixão, de conhecimento de alguém (mal comparando), e buscássemos saber quem é, como vive, o que gosta, comida predileta, perfume favorito, gostos intelectuais e artísticos e trocentas coisas que só nos permitimos de fato nesse estado de (quase) beatitude (não vou dizer que tais interrogações sejam tolas, afinal, fazem parte do processo de quem se apaixona).<br /><br />Sofrer um acidente não é fácil...pior ainda é lidar com as sequelas. Mas creio que a grande mágica, a grande alquimia que a vida nos oferta é saber transformar essas dores em flores. É, indubitavelmente, um momento mágico. Revela que conseguimos sobreviver aos escombros. Mais ainda: mostra que, usando a vontade de potência (inerente a todo e qualquer ser humano, no entender de Nietzsche), podemos reconstruir a vida e nos valer até da tanscendência, a despeito das dificuldades e do imponderável. NÃO É FÁCIL! É dolorosamente difícil, mas exige coragem, toneladas de coragem, de paciência, mas também de ousadia, criatividade e fé. E eu, que ainda estou aprendendo a criá-las, posso resumir assim o meu processo:<em> "E eu que não sei quase nada do mar/Descobri que não sei nada de mim"</em><em>(</em>letra de <em>"Eu que não sei quase nada do mar",</em> de Ana Carolina e Jorge Vercilo, na voz inconfundível de Maria Bethânia).</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Para terminar, mais um pouco de Nietzsche: <em>"Um pequeno obstáculo é suplantado, mas imdediatamente segue-se outro que também é suplantado - esse jogo de resistências e vitórias estima ao máximo o sentimento geral de potência (...)" (p. 248).</em><br /><br /><br />Beijos!<br /><br />In: NIETZSCHE, Friedrich. Vontade de Potência. RJ: Ediouro. [s.d.]. </div>Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-55447144308550506152010-08-17T12:39:00.021-03:002010-08-25T16:34:43.984-03:00"História de um transplante ósseo" - Larissa Jansen<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEjJ7wemW0QYwWEhzkx1t0Lof84E54GXNn7vzn0SYI5mxrSA59o2PYmLcy3xNUtUDZGGIGE-H415w9sjjK3214yRtsFnZv5JH5X37vE4zFgdubQCYFV-kp3ayamQCcUq8_QxXCCVV_VM4/s1600/capa_diario_transplante.gif"><img style="MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 216px; FLOAT: left; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5506447441073212434" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEjJ7wemW0QYwWEhzkx1t0Lof84E54GXNn7vzn0SYI5mxrSA59o2PYmLcy3xNUtUDZGGIGE-H415w9sjjK3214yRtsFnZv5JH5X37vE4zFgdubQCYFV-kp3ayamQCcUq8_QxXCCVV_VM4/s320/capa_diario_transplante.gif" /></a><br /><div><div align="justify">Oi, Pessoal!</div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Hoje quero compartilhar algo com vocês. Vale super a pena conferir a leitura de um livro interessantíssimo. Trata-se de "HISTÓRIA DE UM TRANSPLANTE ÓSSEO - NA REAL, DOIS", de autoria da jornalista Larissa Jansen. </div><br /><div align="justify">O livro retrata o sofrimento de alguém que, em tenra idade, descobre-se portadora de uma doença rara e sem cura, como a artrite idiopática juvenil, doença degenerativa, de causa desconhecida, que provoca febre alta, erupções cutâneas (manchas avermelhadas), dores musculares e no corpo, além de dores e danos graves nas articulações. A evolução da doença levou a autora a iniciar uma <em>via crucis</em> por um transplante ósseo.</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Mas a dor, muitas vezes, faz despertar forças inimagináveis. E isso é narrado por Larissa de forma leve e poética, a despeito do trágico da situação (longe de cair no "canto da sereia" do lugar de vitimização, Larissa vivencia a dor com a força de quem ama intensamente a vida e é a protagonista desse processo). Há trechos engraçados, apesar de todo o sofrimento vivido por ela. Além disso, ainda descreve o processo de artroplastias totais de quadril que também passou. Gente, quem tem dor tem pressa, não é? Pois imaginem encarar uma fila, esperar indefinidamente por uma vaga para transplante ou artroplastia, sentindo uma dor tão aguda, tão intensa, que quase nem se pode descrevê-la! Soma-se a isso o país do desperdício, contexto trágico em que essa história ocorre, onde uma doação de órgãos ou de ossos acaba virando caso de polícia. </div><br /><div align="justify">Não se trata de livro de auto-ajuda, já que isso marca o individualismo na pós-modernidade. Caracteriza-se por uma obra de ajuda-mútua, de alteridade, convocando cada leitor a sair de seu lugar bastante cômodo para arregaçar as mangas e se engajar numa luta em prol da vida. Afinal, há muitas "Larissas" que amargam por espera de vaga de transplante na rede pública de saúde e é impossível não se solidarizar com a dor do outro. Impossível também ler "História de um Transplante" e continuar sentado, contemplando a linha do horizonte. O livro afeta, mas é preciso, antes, deixar-se afetar e criar movimento útil para que essa história não caia numa "compulsão à repetição", como dizia Freud. E ela, Larissa, através de sua bandeira junto a instâncias públicas, como Senado e Ministério da Saúde, já conseguiu uma redução na fila por quem espera um transplante ósseo, graças ao seu empenho. No Brasil, há muitas "Larissas" espalhadas, muito sofrimento em jogo, e é preciso criar ferramentas de luta contra a banalização da dor nessa grande arena da vida.</div><br /><div align="justify">Ah! Uma coisa não posso deixar de registrar aqui: a relação com a equipe médica. É de extrema importância que tenhamos um diálogo com os profissionais, como ocorreu com Larissa e comigo também. Isso nos dá uma segurança imensa e ajuda a amortecer a dor, que é igualmente imensa...</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">A mensagem deixada por Larissa é: fé, coragem, resignação, sem passividade! Esperança e espírito de luta sempre!</div><br /><div align="justify">O site da campanha em prol da doação de ossos é: <a href="http://www.transplanteosseo.wordpress.com/">http://www.transplanteosseo.wordpress.com/</a>. O livro pode ser obtido através do contato com a Livraria Cultura: <a href="http://www.livrariacultura.com.br/">http://www.livrariacultura.com.br/</a> ou com a Ensinamento Editora: <a href="http://www.ensinamentoeditora.com.br/">http://www.ensinamentoeditora.com.br/</a> </div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Até breve! </div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">Alê<br /></div><div align="justify">PS: <span style="color:#ff0000;"><strong>DOEM SANGUE E AJUDEM ALGUÉM A RENASCER!</strong></span></div></div>Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-65779726892070451062010-08-01T10:45:00.018-03:002010-08-17T16:42:16.169-03:00Sobre o tempo...do afeto<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7DS9OD90Nmd3g90dRTqTdTwM8JrGynoPrKtsXuFsFBcdusYqzuGlzld3Ctvz3s1pus9RJU8om3-n1XollP3qR56tgArhUcfJXff4IdFgkKrDqUzog9rrKb0vuHRCvUEZ73DD9rq0UfbQ/s1600/Paisagem+de+viagem+1.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5500468433208079410" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7DS9OD90Nmd3g90dRTqTdTwM8JrGynoPrKtsXuFsFBcdusYqzuGlzld3Ctvz3s1pus9RJU8om3-n1XollP3qR56tgArhUcfJXff4IdFgkKrDqUzog9rrKb0vuHRCvUEZ73DD9rq0UfbQ/s320/Paisagem+de+viagem+1.jpg" /></a><br /><br /><div align="justify">Oi, Pessoal!!!</div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify">É, estou há algum tempo sem escrever, sem aparecer por esse espaço, que é nosso. Sinto-me plenamente à vontade de compartilhar "as minhas pérolas" com vocês. Uma delas é essa foto, tirada numa viagem pelo interior do Brasil. Bem, não sou uma exímia fotógrafa, mas a imagem chamou a minha atenção e consegui fotografar (nem sei como...porém, de vez em quando, eu acerto).</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Outro dia "ensaiei" escrever algo, mas não saiu nada. São dias em que tenho que arrumar os sentimentos, observações e coordená-los com o racional, porque nem sempre o que se sente se coaduna com a razão e acaba ganhando o <em>status</em> de intraduzível, inexprimível. Eu queria entender tantas coisas, tantas, tantas, tantas. Mas algumas delas eu só entendo num movimento de interiorização, tentativa (é só uma tentativa mesmo!) de mergulho na alma. Lembro-me da canção de Chico Buarque, <em>"Futuros Amantes"</em>: </div><br /><div align="justify"><em>"Não se afobe, não/Que nada é pra já/ O amor não tem pressa/Ele pode esperar/ (...) Os escafandristas virão/Explorar sua casa/Seu quarto, suas coisas/Sua alma, desvãos/ Sábios em vão/Tentarão decifrar/O eco de antigas palavras/Fragmentos de cartas, poemas/Mentiras, retratos/Vestígios de estranha civilização".</em></div><br /><div align="justify">É como se eu fosse uma escafandrista dentro dessa estranha civilização: o afeto. Acho que hoje a gente perdeu esse movimento, porque o desejo se converteu (aderindo à moda das conversões... muitas vezes histriônicas) num corrida desenfreada pelo ter. Rotineiramente, e eu mesma disse isso "trocentas" vezes, ouço: "Tô sem tempo"; "Vou passar aí rapidinho", "Veja se me fala isso em meio minuto, tá? Tô correndo", "Ia te ligar, mas nem tive tempo!". Pois é, frases como essas (e eu as disse T.O.D.A.S.!) são até <em>blasé</em>, dizemo-las com uma naturalidade impressionante. Naturalizamos a "falta de tempo", a falta de olhar para o outro, a falta de contactar os seus afetos. "Ah!", pensariam alguns", "Mas isso é ridículo! E a sobrevivência, onde fica? Isso é um delírio!". Pois é, a sobrevivência fica ao encargo dos instintos, e os animais sabem muito bem como é isso (embora eles tb conheçam o significado da palavra afeto). O homem pré-histórico sabia que da caça e do predatismo sobrevivia. Agora viver, creio eu, é um conceito historicamente datado; mergulhar nos afetos tem como condição de possibilidade a ascensão da burguesia ao poder e do capitalismo enquanto modo de produção. Pois é, enquanto modo de produção, mas agora ele se tornou um <em>modus vivendi,</em> ditando a estética e a dietética da existência. Estranhamente nos rendemos ao mercado, vivemos por e para ele. </div><br /><div align="justify">Dia desses, li Zygmunt Bauman, "Tempos Líquidos". Já estudei suas obras algumas vezes, mas sempre com algum propósito acadêmico. Agora foi diferente, li sem a preocupação de ter em mente um objeto circunscrito, despretensiosamente. Esse autor, no título em questão, trabalha a passagem de um Estado de Bem-Estar Social (<em>Welfare State</em>), portanto um Estado sólido, protetor dos direitos do cidadão (aqui no Brasil a gente não conheceu esse Estado, nem de fato nem de direito), para um Estado do <em>Laissez Faire, Laissez Passer ("</em>Estado Deixai Fazer, Deixai Passar"<em>)</em>, "Faça Você Mesmo", sem estabelecer uma relação concreta com os cidadãos, sem a proteção garantida outrora. Assim, torna-se um Estado líquido, fugaz, sem corpo, sem órgãos, sem cabeça. Um Estado não relacional, distante e nada protetor. É como se ele, ao invés de encarnar a lei, se afastasse dela. Isso acaba por lançar o cidadão na zona do medo, da insegurança, do desequilíbirio.Lembro-me sempre da metáfora "Em Nome do Pai", na psicanálise lacaniana, onde o sujeito deve passar por essa fase no intuito de instituir a Lei, o interdito sobre o inconsciente, portanto a interdição cultural necessária a todos nós. Ficamos assim, meio "psicotizados", já que esse "Pai" sai de seu lugar e o estado psicótico é assim "inconsciente a ceu aberto", no entender de Jung, sem esse superego freudiano a interditar o "vale tudo". E aí, passamos a estabelecer relações líquidas (ver tb "Amor Líquido", de Bauman, estudo das relações em tempos de ausência). Esse <em>no man´s land</em> para o qual o sujeito é lançado faz com que ele estabeleça uma relação rala com o outro, de ausência de cuidado, vivência de afeto que parece...mas não é. Perdeu-se a capacidade de sentir genuinamente. O outro é visto como uma ameaça em potencial, concorrente no mercado da vida, aquele que irá destruir o trabalho da caça. O ser humano virou um predador, um caçador...porém de si mesmo.</div><br /><div align="justify">Pois é, por isso venho pensando no tempo do meu afeto. Tempo em que me deixo "afetar pelo afeto". Em tempos de internet, não nos vemos mais, não nos olhamos mais e nos mudamos para o ciberespaço. Quantas vezes olhamos nos olhos de alguém para demonstrar afeto? Temos tempo para tal? "Passo um torpedo". Legal, bacana, ao menos você lembrou, mas isso cria a cultura do distanciamento. Uma tela de computador é uma tela, não os olhos humanos, as mãos, o abraço, o beijo, não é? </div><br /><div align="justify">Assim, como muito bem cantou Chico Buarque, o afeto torna-se uma "estranha civilização", justamente porque estamos perdendo o <em>timming</em> dos sentimentos. E é isso que estou tentando fazer, não como analista, mas como ser humano, qual seja, reacender os meus afetos, deixar algo mais genuíno fluir dentro da contenção cruel que devemos fazer para sobreviver. Essa é a regra do jogo. E viver ultrapassa em muito a sobrevivência. Não perco a minha singularidade, muito diferente de individualismo, já que a primeira nos fala daquilo que é único em cada um. Individualismo nos reporta ao egoísmo. Essa homogeneização é produzida pelo capitalismo e me recuso a isso! Tenho tempo, sim, para ser feliz, genuína e verdadeiramente!</div><br /><div align="justify">Concluo com Chico Buarque ("Futuros Amantes"):</div><br /><br /><div align="justify"></div><div align="justify"><em>"Não se afobe, não/Que nada é pra já/Amores serão sempre amáveis/Futuros amantes, quiçá/Se amarão sem saber/Com o amor que eu um dia/Eu deixei pra você".</em></div><br /><br /><div align="justify"><em></em></div><div align="justify">Até a próxima!</div><div align="justify"></div><div align="justify">P.S: <strong><span style="color:#ff0000;">DOEM SANGUE! FORMEMOS UMA REDE DE VIDA E SOLIDARIEDADE!</span></strong></div>Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-56494507828937645692010-07-15T18:18:00.018-03:002010-07-18T13:36:27.023-03:00Dilatasti cor meum...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcdqhp4ROh_Pm0TiakokkntBTrP-JCKZl1YswVHWizIObRX2Q5ZkMbw4A8Lv-5urb93FWUQ3L3Kz4tZkpoguXKGZaO-r0dedTiRPWoXyglnzTPmX4zAxMypxL-MoS8QPKKh3hR8y1icmo/s1600/027.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 251px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5494288517817611218" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcdqhp4ROh_Pm0TiakokkntBTrP-JCKZl1YswVHWizIObRX2Q5ZkMbw4A8Lv-5urb93FWUQ3L3Kz4tZkpoguXKGZaO-r0dedTiRPWoXyglnzTPmX4zAxMypxL-MoS8QPKKh3hR8y1icmo/s320/027.JPG" /></a><br /><div align="justify">Ah! O sacrossanto poder da paciência...eu quero ter! Há dias em que é difícil, é uma batalha íntima. Agora entendo a minha querida Santa Teresa D´Ávila (alguém já leu? Ela é divinamente maga): a melhor coisa, advertia ela, é conhecer o castelo interior. Ah! Como eu queria chegar à sétima morada...total plenitude, comunhão, <em>no stress</em>, o face a face com o divino em mim. Quem sabe eu encontraria lá a paciência? Ali travaríamos um diálogo. E ela me esperaria e diria: </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">- "Oi! Estou aqui! Você me procura? Entre, fique à vontade, a casa é sua. Aqui tb reside a minha amiga Esperança. Esperança, essa é aquela que tenta lhe cultivar, lembra dela? Querida, essa é a VERDADEIRA Esperança". É claro que eu ficaria surpresa, no melhor estilo "cara de tacho", e diria: </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">- "Muito prazer! Então é na sétima morada que vocês se escondem? Mas por que se esconder?". Elas responderiam: </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">-"Não, na verdade não moramos aqui. Permeamos todas as outras moradas da alma. É que somos ofuscadas pelo obscurantismo, pelo racionalismo e, um sem número de vezes, pelo niilismo! Então, é difícil nos ver". </div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">-"Então é preciso ser desarrazoado para vê-las na plenitude?", perguntaria estupefata, quase incrédula.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">-"Não, não!". E ririam muito do meu espanto, com aquele riso zombeteiro de quem está por cima da situação:</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">-"Sabe o que é? Na sétima morada só abrimos a porta para quem conhece a senha: "<em>Dilatasti cor meum, dilatasti cor meum</em>".</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Para bater à porta do castelo, dizem elas (e tb Teresa D´Ávila), é preciso orar...melhor, saber orar, porque isso dilata o coração para a verdadeira luz. Ai, ai, Madre querida, ajuda-me a encontrar a minha pedra filosofal? Ajuda-me a transmutá-la em ouro, no mais autêntico processo alquímico? Nem saí da fase <em>nigredo</em>, no entender de Jung. Ah! Tudo seria tão mais fácil se eu atingisse a fase <em>albedo,</em> a sétima morada da alma, alívio imediato, AION, plenitude. Ah! Como eu queria! Mas ai de mim, pobre mortal! Quero fazer parte do Olimpo, junto com Zeus, Apolo, Atenah, Diana, Afrodite...ah! Eu quero voar! Pra bem longe, posso? No melhor estilo "Voyage, Voyage", de Desireless: <em>"Aux dessus des vieux volcans/Glisse des ailes sous les tapis du vent/Voyage, voyage/Eternellement"...ah!</em> Je veux voler toujours...eternellement...<em>et "Vole dans les hauteurs"</em> ! E por falar em voar nas alturas, caí às duras na real. O telefone me chama.</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Voltei. Tudo isso não seria o "Sonho de Ícaro"? Ceus! Telefone de novooooo! Voltei de novoooo. Acho que hoje me estenderei até meia-noite. Nãooooo! Telefone de novo! Haja fôlego pra falar tanto!</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Continuando. Ah! Não quero acreditar que as minhas asas são de cera e que o sol irá derretê-las, não! Como disseram Cássia Eller e Nando Reis: "Não quero acreditar que vou gastar desse modo a vida/ Olhar pro sol só ver janela e cortina". Quero ver bem mais dessa vida. Quero ver a luz. Então, Madre, ensina-me a encontrar e transformar a minha pedra filosofal e a usar essa chave que abre as portas do castelo para galgar a sétima morada: o AION, o divino em mim. Quero o AION! Ensina-me esse estado de beatitude, ensina-me a volitar, a voar, a plainar e a percorrer os labirintos do self, a encontrar <em>ânima-ânimus</em>, ego, inconsciente pessoal e coletivo, a integrar a sombra e a achar os eixos de personalidade e a tipologia personalística do meu ser, de modo a integrá-los tb. <em>Dilatasti cor meum, dilatasti cor meum, dilatasti cor meum!!! </em></div><br /><div align="justify"><em></em></div><br /><div align="justify">Paciência, paciência, paciência...esperança, esperança, esperança. <em>Dilatasti cor meum, dilatasti cor meum, dilatasti cor meum!!!</em></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify"><em>Procedamus in pace, in nomine Christi </em></div><br /><div align="justify"><em>Amen!</em></div><br /><div align="justify"></div>Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-28903191195289507032010-07-08T12:41:00.011-03:002010-07-08T14:38:44.057-03:00Pela primeira vez após a cirurgia...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqqHkxWrIBC0p-sqY7LKA-tC4ZO6LrWy_1lMBLXRQy3Hp9TfQl0nN3jDW0Z3pUWhr4A7w6b4hths24f47vUbjpJD01dfrtaUZLYkM4wvnAvezl_OcIKbeoMOlGWIIsqemdsbHT1nNyaa4/s1600/009.JPG"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; DISPLAY: block; HEIGHT: 240px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5491582883080307170" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqqHkxWrIBC0p-sqY7LKA-tC4ZO6LrWy_1lMBLXRQy3Hp9TfQl0nN3jDW0Z3pUWhr4A7w6b4hths24f47vUbjpJD01dfrtaUZLYkM4wvnAvezl_OcIKbeoMOlGWIIsqemdsbHT1nNyaa4/s320/009.JPG" /></a><br /><div align="justify">Olá, pessoas que eu amo!!!</div><br /><div align="justify"></div><br /><div align="justify">Cá estou, amigos, para compartilhar mais uma das minhas "sagas" com vocês. Essa aí acima sou eu, indo ao INTO pela primeira vez após a cirurgia. Estava no aguardo da ambulância vir me buscar (sim, pessoas, tive direito à ambulância para a primeira revisão, pois operei quadril . O INTO é primeiro mundo, ou melhor, usando uma nomenclatura globalizada, é " um país desenvolvido num país em desenvolvimento"!).</div><br /><div align="justify">Pois é, "gaiatices" à parte, vamos falar dessa expectativa. Digo expectativa, pois sabia que teria algumas liberações. Muito poucas, mas pra quem tem sede de viver, foram muuuuitas as conquistas! Tirei os pontos, algo que me incomodava e me preocupava bastante, já que nesse tipo de cirurgia não se pode ter infecção nem de garganta, ao menos nos primeiros dias. Tudo certo, tudo em paz, retirei-os!!! Ah! Que sensação boa! Gente, ainda por cima, descobri que poderia adaptar uma barra de alumínio (ou inox?) no banheiro e tomar banho de pé! Ah! Indescritível sensação! Há mais de mês tomando banho na cadeira higiênica, sentada, e agora posso ficar um pouco em pé!!! É uma dádiva! Que maravilha é sentir a água batendo no rosto, no corpo, cabeça....amooooooo!!!! Que maravilha viver! São pequenas coisas que ficaram em suspenso e que paulatinamente (ou melhor "tartarugamente") vou retomando. Porém, com extremo cuidado, utilizando ainda o tapete antiderrapante. Mas é importante frisar: TUDO ISSO SOB ORIENTAÇÃO MÉDICA E DE FISIOTERAPEUTAS. Não adianta querer fazer as adaptações <em>per se</em>. Ganhei uma cartilha do INTO específica para artroplastia e lá tenho boa parte das orientações que necessito. E as inseparáveis muletas, né? Creio que daqui a algumas semanas vou treinar com uma só. Por enquanto, uso as duas.</div><br /><div align="justify">É engraçado, quando você está se recuperando de uma cirurgia desse porte, você começa a perceber que o corpo não lhe pertence de todo. É como se não pudesse "geri-lo" plenamente, necessitando dos cuidados da minha mãe, por exemplo. Preciso de quem me auxilie a pegar um copo de água ou mesmo me ajudar no banho. Mas é preciso humildade e aceitar, porque tudo isso vai passar! E desejo transformar isso numa bandeira de luta pelo convívio com a diferença, seja ela qual for, porque fui prova viva de que a sociedade não sabe lidar com a mesma! Vivi muitos absurdos, os quais sempre respondia à altura (nada de ofensas, mas de mostrar que o ser humano pode se adaptar a tudo, graças à sua pasticidade e à sua força de vontade, acima de tudo!). </div><br /><div align="justify">Força, coragem e fé, muuuuita fé, porque sem ela é impossível ficar de pé! FORÇA NA PERUCA!!! </div><div align="justify"> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Para terminar, um pouco de Mário Quintana, numa das citações que mais gosto: "(...) o mistério está é na tua vida. E é um sonho louco esse nosso mundo".</div><br /><div align="justify"></div><div align="justify">É isso, queridos! <span style="color:#333333;">Lembrem-se sempre: </span><span style="color:#ff0000;"><strong>DOEM SANGUE E AJUDEM ALGUÉM A RENASCER!</strong></span></div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">Beijos com afeto!</div>Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-48150749756112077362010-07-01T14:25:00.005-03:002010-07-07T19:04:58.930-03:00Doação de sangue<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwHBxoMqDv9YMdklVPHQ5xaSu6I8d92AqoumGZl51perZ_G1bhVhi9i-dz-z4BWJB9Wik6XzAzwFrK8kf7l-siYa51ZB3-HyIU5EgnL_Uk4RX2a4b49Gsjt35iDobfKW_plK-8XhwbXog/s1600/Amigas.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 240px; DISPLAY: block; HEIGHT: 320px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5489002760943085666" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwHBxoMqDv9YMdklVPHQ5xaSu6I8d92AqoumGZl51perZ_G1bhVhi9i-dz-z4BWJB9Wik6XzAzwFrK8kf7l-siYa51ZB3-HyIU5EgnL_Uk4RX2a4b49Gsjt35iDobfKW_plK-8XhwbXog/s320/Amigas.jpg" /></a><br /><div>Amigos!</div><br /><div></div><br /><div>Sim, essa sou eu mesma após a minha transfusão. Eu minha amiga Gabi, companheira de enfermaria.</div><div></div><div>Tornei-me partidária da campanha: <strong><span style="color:#ff0000;">DOEM SANGUE!<br /></span></strong></div><div></div><br /><div>Eu mesma necessitei de transfusão e me senti renascer após a mesma. Como descrevi anteriormente, passei por uma artroplastia. Essa cirurgia, por si só, demanda bastante sangue, sobretudo quando é realizada no quadril (meu caso). O banco de sangue "treme" quando tem a ciência que tais cirurgias vão ocorrer. Para se ter uma idéia da gravidade da questão, quando fui me internar, tive que esperar das 9:00 às 16:30, no maior estresse, para que o banco de sangue do INTO informasse se teria estoque para a minha cirurgia ou não. A situação no HEMORIO não era boa, no sentido de que o estoque estava baixo. Consequentemente, os estoques nos hospitais estavam baixos.</div><br /><div>Gente, vocês não imaginam o estresse que é. Já não tinha mais posição na cadeira, já havia passado por todos os procedimentos de internação, doida para operar, só consegui ter a liberação às 16:30 (desde às 9:00!!!). Subi cansada e estressada (e já havia levado doadores graças à minha irmã e ao meu cunhado!). Rezei fervorosamente! E Deus e a espiritualidade ouviram e viram o meu desespero! Via pessoas que tinham ido para a internação e foram comunicadas que não haveria sangue suficiente para a cirurgia. Imagina isso acontecer? Agora, imagina isso acontecer com você, meu caríssimo leitor. Se você está sentindo dor quer logo sanar, não é? Agora pense naqueles que estão na fila há meses e anos para terem as suas dores sanadas e chegar na hora retornarem, porque o estoque não dará para as suas cirurgias? Humilhante, não é? Por isso, pessoas, <strong><span style="color:#ff0000;">DOEM SANGUE!!!</span></strong></div><br /><div>Sangue salva vidas. Vou relatar a minha própria experiência. No dia seguinte à cirurgia, sentia vertigem ao levantar (porque me levantei logo no primeiro dia, recusando-me a tomar banho no leito! Queria ir ao chuveiro e ao banheiro, ainda que na cadeira higiênica!). Essa experiência vou descrever em outro tópico. Enfim, mais tarde, após o banho, fui empalidecendo cada vez mais (segundo as pessoas eos profissionais). Às 19:oo recebi a ligação de minha prima Débora e mal conseguia falar. Após, recebi a ligação de minha mãe e tb mal conseguia balbuciar algo. Não tinha fome, somente torpor e frio, muito frio. Dormi desde às 19:30 até às 8:00 do dia seguinte. Ao pedir para me levantar não tinha força. Estava, aos olhos dos profissionais, cada vez mais pálida e não tinha veia tamanha era a fraqueza. Meu quadro geral caíra assustadoramente. Enfim, o clínico foi me avaliar e, ao ver o meu hemograma coletado na madrugada, levou um susto: 22 de hematócrito (quando o normal em mulheres é 35)! Foi aí que veio a transfusão. O impressionante é que na metade da primeira bolsa (ele indicou duas, mas pedi para tomar uma e ele reavaliaria se seria necessária a outra) eu havia recobrado a cor (estava uma cera viva) e me sentia mais disposta. Parecia que recobrava a mim mesma e estava mais atenta aos que as pessoas diziam ao meu redor. Sentia-me eu mesma, renascendo, era impressionante! Consegui até comer um pouco!<br /></div><div>Antes da transfusão, estava em estado febril e pressão 9X6. Após a primeira bolsa, minha temperatura voltou à 36º e minha P.A. 11X7. Pelo início da manhã, o laboratório coletou novo sangue e os hematócritos subiram "drasticamente". Assim, fui liberada para a alta clínica (estava ansiosíssima, visto que o ortopedista e o fisioterapeuta me deram alta), na condição de continuar tomando o remédio à base de ferro durante três meses. Faço-o "religiosamente" para combater a anemia. Graças ao sangue de alguém abençoado, estou viva para contar essa história para vocês e pedir a cada um: <strong><span style="color:#ff0000;">DOE SANGUE!</span></strong> Não custa nada e salva vidas! Basta dirigir-se ao HEMORIO. Mas, antes, entre no site de tal instituição (e veja quais as condições para a doação de sangue. Doar é um ato de amor. Por isso, você que é uma pessoa caridosa e atende aos padrões estabelecidos pelo HEMORIO, doe sangue! É um ato de vida!</div>Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-6156761969747620772010-07-01T11:48:00.033-03:002010-09-12T13:08:14.628-03:00A coxartrose, a artroplastia e eu!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLoO60e5cjmrsl0hsSkM8mZj7BQRHaFYshDlLmnTqSatBave1Y_VmxW1L8on6azUccPbGqGsGLMJl1xDUnXDzlSRY7Q9xnzcNxszgs4xsRctxeQlu5v2gecuLPeM-_wCapMruinTqtSg8/s1600/Eu+e+D%C3%A9bora.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5493912185208004226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLoO60e5cjmrsl0hsSkM8mZj7BQRHaFYshDlLmnTqSatBave1Y_VmxW1L8on6azUccPbGqGsGLMJl1xDUnXDzlSRY7Q9xnzcNxszgs4xsRctxeQlu5v2gecuLPeM-_wCapMruinTqtSg8/s320/Eu+e+D%C3%A9bora.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 247px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 117px;" /></a><br />
<div align="justify">Queridas Pessoinhas!</div><br />
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<div align="justify">Hoje quero compartilhar um pouco sobre a coxoartrose que me sobreveio e que me levou à artroplastia total de quadril (colocação de prótese no quadril). A coxartrose é uma sequela da artrite, no meu caso motivada por uma fratura "tardia" em decorrência de um acidente.</div><br />
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<div align="justify">Em 2007, passei a sentir muito a minha perna direita. Trabalhava muito e nem dei atenção à isso. Mas as dores continuavam e aumentavam de intensidade. Achava que era o cansaço. Um dia, ao chegar à casa, quase levei um tombo, pois a dor foi tanta que quase caí. A perna travou. Decidi procurar ajuda médica e já sabia qual seria o prognóstico: artroplastia de quadril.</div><br />
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<div align="justify">Fui tratar da cirurgia. Muitos exames, descoberta de que a coluna estava completamente torta. Fui encaminha aos especialistas de coluna que deram o veredito: primeiro a cirurgia de quadril e, após um ano, reavaliação da coluna para uma possível cirurgia.</div><br />
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<div align="justify">Bom, após a indicação de uma prótese importada, a qual não era autorizada pelos planos de saúde, e a iminência de uma batalha judicial para consegui-la, decidi procurar o Instituto Nacional de Trumatologia e Ortopedia (INTO) para dirimir dúvidas. Para quem não conhece, o INTO é um lugar de referência nacional em ossos. Portanto, o especialista que me atendesse seria alguém que saberia o que fazer. </div><br />
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<div align="justify">Ao chegar ao INTO, fui encaminhada à triagem e o médico ficou algo surpreso ao ver o caso. Já não possuía cartilagem e era muito nova para tanta degradação, como ele mesmo disse. Na intenção de amenizar o clima, perguntou-me o que eu teria feito em outra encarnação, pois o caso era "grave" (SIC), embora ele mesmo dissesse que não acreditava em outras vidas. Disse também que não queria estar na pele do colega especialista em quadril, visto que a cirurgia não seria indicada na minha idade. Ao fim, depois de todo discurso "escatológico e pseudo amenizante", forneceu-me o encaminhamento. Bolas! Era disso que eu precisava!!!</div><br />
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<div align="justify">Ao me dirigir ao guichê para marcar a consulta, fui atendida por um rapaz muito simpático, que me disse: "Bom, tem vaga pro Dr. Claudio Feitosa, pode ser?". Disse que sim, que estava bem, e agendou para a segunda-feira próxima. Assim, na segunda-feira seguinte, estava no INTO. Lá pelo fim da tarde fui chamada. Deparei-me com um médico que fazia anotações, cabisbaixo. Era o Dr. Claudio. Pensei: "Ai, mais um, Senhor!". Afinal, minha experiência com ortopedistas não era boa. Ao me ver, cumprimentou-me, bem como à minha mãe. Fez perguntas, e, talvez vendo-me um pouco tensa (desde 1998, a primeira vez que fui ao INTO, era tomada por um pavor terrível; parece até que "sabia" o que iria suceder), começou a brincar, indagando o porquê de não mais ter retornado ao INTO, se havia "fugido para a Índia" (não lembro ao certo o motivo da Índia). Tivera uma impressão totalmente errônea dele, pois revelou-se alguém humano, gentil, sensível, compreendendo a situação. Ficamos mais de uma hora conversando sobre a cirurgia e a vida no pós-cirúrgico. Ele me pôs a par de tudo, tudo, nos mínimos detalhes, como seria a prótese, tendo sido maravilhosamente bem esclarecida. Fui encaminhada para a temida fila de cirurgia. Digo temida, porque é quilométrica! Anos a fio.</div><br />
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<div align="justify">Mas o pior estaria por vir. Em julho de 2009 as dores pioraram muito, juntamente com a coluna. Minha perna direita começava a travar e não conseguia mais andar direito. Consequentemente, afastei-me de todas as atividades laborativas. Posteriormente, passei a andar com o auxílio de muletas, as quais aliviavam o peso do corpo. Foram meses e meses de longa espera. Fazia fisioterapia, aliviava, mas logo depois as dores no quadril e na coluna voltavam. O pior: não havia remédio que aliviasse as dores no quadril, dado o grau de deterioração (para vocês terem idéia, os ossos da bacia batiam uns contra os outros sem o "amortecedor" cartilagem). </div><br />
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<div align="justify">Mas, gente, o que é de mais amargo é o preconceito e a ignorância das pessoas. Nossa sociedade não sabe lidar com a diferença mesmo! Havia aqueles que me perguntavam se eu tinha força nos braços para escrever, ao que respondia gentilmente: "Sim, bem como tenho força para colocar a 'boca no mundo' contra o preconceito e a ignorância, se necessário". Pois é, gente, é em nome disso que também escrevo nesse blog: tenham sensibilidade para lidar com a diferença, mas nunca preconceito. Pretendo escrever detalhadamente sobre isso, já que é muito sério.</div><br />
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<div align="justify">Enfim, foi chegada a hora da cirurgia. Pessoas, é uma sensação de alívio e de apreensão que convivem simultaneamente. Alívio pela possibilidade de fim das dores. Apreensão, porque uma cirurgia é uma cirurgia, ainda mais com a característica de alta complexidade como a artroplastia. Tive que transfusionar dois dias depois! Vou falar sobre essa sensação na próxima mensagem, alertando para a importância de se doar sangue, a qual é uma questão ultra mega importante.</div><br />
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<div align="justify">Enfim, hoje estou "engatinhando" na convivência com a prótese. Mas eu quero agradecer em primeiro lugar a Deus e à espiritualidade pelas múltiplas possibilidades que me auxiliaram a descobrir; à família, minha irmã querida Keke (AMO VOCÊ!), mãe (que além de mãe é enfermeira, fisioterapeuta), pai, cunhado, avós, destacando as Peruas Favoritas primas Débora (te amo, Perua!) e Bia (que no seu entender puro me fez sentir "do bem"); Denise, D. Dalva, Deise, amigas de todas as horas e de outras vidas...AMO VOCÊS; tia Su, Vevê, Tetella, tios Nelson e Marlene; primas e amigas Verinha, Lydia, Maria Luiza; Liana e Sr. Pettengil; Noemi, Thalita; aos amigos de todas as horas do CTI (o meu agradecimento sincero, com todo afeto!!!); às "psicos", companheiras de "infortúnio", dividiram tantas dores e alegrias ao longo de tantos anos de labuta; às amigas do serviço social, com quem estabeleci trocentos diálogos diários ao longo de todos esses anos de convívio (vocês sabem o significado de um trabalho interdisciplinar....um luxo na rede pública de saúde!); à turma do Frei Luiz, incansável nessa batalha comigo; ao Dr. Claudio Feitosa, extremamente humano e sensível, fez-me entender que a vida segue o seu curso normal, a despeito das restrições que a prótese impõe; Larissa Jansen, "Fênix sob corpo humano", guerreira, incansável nesse batalha para amenizar o sofrimento daqueles que padecem na fila por um transplante ósseo; a todos, todos (não gosto de colocar as coisas nominalmente, porque a gente sempre esquece alguém, mas se vc se sentiu assim, esquecido, saiba que lhe sou grata tb e que Deus lhe abençoe sempre!). </div><br />
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<div align="justify">AMIGOS, MUUUUUUITO GRATAAAAAA!!!</div><br />
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<div align="justify">Beijos estalados!!!</div><br />
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<div align="justify">Alê</div>Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-72442385651988504202010-07-01T11:41:00.002-03:002010-07-01T11:48:08.744-03:00Retomando o blogGalerinha Linda!!!<br /><br />Pois é, gente, um ano de blog! Abandonei-o um pouco, é verdade, mas eu gostaria de retomá-lo e compartilhar novas idéias com vocês.<br />É, pessoas, infelizmente o "inspirador" deste blog mudou o plano da vida. Se vocês lerem uma postagem mais abaixo, José Saramago inspirou essa publicação. Deixo aqui o meu afeto por esse grande escritor e intelectual que soube ler a alma humana como poucos. Um grande psicanalista, sem ter a pretensão de sê-lo!<br />Volto para compartilhar com vocês a minha experiência com a artroplastia e fazer um apelo à doação de sangue, viu? Sejamos solidários, sempre!<br /><br />Beijo imenso!Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-17904942540998727362009-08-21T19:15:00.004-03:002010-07-15T22:35:02.513-03:00Ser feliz<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglp1sIMzCoUF_UcA5CyaSNsbfdsMWeznG_XPvGqYM3Xr1iPzfDTzGDH_UhDi116mahwE7pLjIZdXmC1BrNDmLHnuKZnFJMaJW-nPgeY3sJi-UwQxGCxMQcd_WIiXkvn4H079fIZVSW2IQ/s1600-h/Imagem+052+B.jpg"><img style="WIDTH: 320px; HEIGHT: 280px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5372568607637674066" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglp1sIMzCoUF_UcA5CyaSNsbfdsMWeznG_XPvGqYM3Xr1iPzfDTzGDH_UhDi116mahwE7pLjIZdXmC1BrNDmLHnuKZnFJMaJW-nPgeY3sJi-UwQxGCxMQcd_WIiXkvn4H079fIZVSW2IQ/s320/Imagem+052+B.jpg" /></a><br /><div><span style="font-family:georgia;">Oi, gente!</span></div><br /><div><span style="font-family:georgia;"></span></div><br /><div><span style="font-family:georgia;">Como dizia Clarice Lispector: "Não tenho tempo para mais nada; ser feliz me consome muito". Ah! Ser feliz me consome! Mas o que é a felicidade, a alegria? Bem, eu fujo às convenções ditadas pelo capitalismo, fujo do consumismo desenfreado. Felicidade para mim é comprar um bom livro, aprender, estar no Lar de Frei Luiz (e como isso me faz feliz!), conversar com os meus amigos, descobrir novas possibilidades. Enfim, a vida me faz feliz...</span></div><br /><div><span style="font-family:georgia;">Não intento "luxo nem lixo", como diz a Rita Lee, mas o possível, aquilo que está ao meu alcance. Infelizmente, o imediatismo consumista gera essa neura do gaste agora, vale a pena. Há tantas coisas melhores...descobrir-se é uma delícia, embora possa ser muito doloroso também. Mas o bom é que a gente pode se ajeitar e isso é sempre processual. Reformular-se, adotar novas posturas diante da vida, novo olhar sobre si e, consequentemente, sobre o mundo é mágico...embora, repita, processual. Certa vez, vi uma família que morava no meio do caminho de um "monte" utilizado por religiosos (creio que em sua maioria protestantes) na busca da purificação pelo contato com Deus. A casa era simples, similar a que vi no antigo "Sítio do Pica Pau Amarelo", onde morava o personagem "Tio Barnabé". Ali, não havia nada, nada...nem luz elétrica. Mas a vibração, a energia, era maravilhosa. E aquela família, longe de computadores, luxo, carros, apartamentos caros, etc, etc, etc, VIVIA. Seus membros acolhiam os "peregrinos", dando-lhes palavras de conforto e paz, animando a caminhada (que não era fácil). Pois é, gente, não quero ser piegas ou encomendar sermões ou reforçar clichês, porque todos nós fomos criados para ter certo conforto (acho que isso veio em nossas mamadeiras). Apenas penso que a gente pode inventar outros modos de ser feliz. É claro que amo viajar (principalmente se for pra Porto Alegre ou pra Serra Gaúcha....ah! sou uma "cariúcha"!), gosto de ter acesso às coisas boas. Mas ser feliz, para mim, não se resume a isso. Tem gente que acha que o casamento irá trazer a felicidade...tudo é relativo, não é? Amealho as pequenas coisas cotidianas para me fazerem feliz, "posar de artesã" me faz feliz, ler me faz feliz, trabalhar pelo próximo me faz muuuuuuito feliz, o respeito me faz feliz, escrever me faz feliz, inventar me faz feliz, ver que acertei me faz feliz... são tantas coisas! O que quero dizer é que inventar a vida diariamente me faz feliz! Por isso, termino esse delírio mais uma vez com a frase de Clarice Lispector, tal como comecei: "Não tenho tempo para mais nada; ser feliz me consome muito".</span></div><br /><div>That´s all, folks!</div><br /><div></div><br /><div>Beijos reinventados</div>Alêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-91042009090732875072009-08-06T18:15:00.003-03:002009-08-06T18:45:56.285-03:00Agradecimento pela amizadeOlá, gente!<br /><br />Hoje eu quero agradecer...agradecer ao carinho que recebo de vocês, meus amigos, que me dão apoio. Vocês têm sido fundamentais em minha vida, meus amores!<br />Penso que hoje contamos nos dedos os amigos. Imiscuidos nesse mundo competitivo, que nos faz desconfiar da nossa sombra, não sobra afeto para a construção das amizades. Sim, porque eu acho que a amizade é uma construção, um depositar de confiança, um sem número de perdão, quilos de doação de amor, afeto, compreensão. E os meus amigos são de verdade! Vocês são especiais! Recebo tanta energia boa, galera! E vocês são os responsáveis por isso. Muito obrigada, gente! Vocês não sabem o quanto esse afeto me faz feliz....feliz por tê-los comigo, porque nem a "distância" nem o tempo apagam as marcas que vocês deixam em minha vida. Obrigada por cada um de vocês!<br />E dedico, acima de tudo, um OBRIGADA a Deus. Meus Deus, nenhuma palavra tem a envergadura de expressar a minha gratidão...GRATA POR TUDO! Preciso muito da Tua presença, pois sou um "cisco", para usar uma expressão de Chico Xavier. Uma poeira tentando me fazer verdadeiramente humana e tentando apreender e sentir mais do Teu imenso Amor. Apesar de todas as minha fraquezas, todos os meus defeitos, tu não tens me faltado. Pelo contrário, sinto-Te a cada instante, mais forte, mais intenso. Tantas coisas queria dizer-Te, mas falta-me o vocábulo, o qual é tão superficial e não tem a profundidade que gostaria de Te dirigir. Assim, aceita o agradecimento desse "cisco" que vem aprendendo mais de Ti. Grata imensamente!<br />Obrigada aos meus amigos (encarnados ou não). Vocês me fazem feliz, podem acreditar!<br /><br />BeijosAlêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-82240386086108842602009-08-01T19:27:00.003-03:002009-08-01T19:32:22.578-03:00Favor colocar comentáriosPessoinhas!<br /><br />Ah! Desculpem, mas a falta de traquejo com o blog ainda me faz "pagar certos micos". Imaginem que eu não configurei os comentários nas mensagens, mas agora aprendi...êêêêê!!!! Podem falar, quer dizer, escrever os comentários, viu?<br />Vou colocar novas postagens em breve....<br /><br />Bjos no coração!<br />AlêAlêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-62314496052123714232009-07-31T13:32:00.002-03:002009-07-31T16:55:57.281-03:00Oi, pessoinhas lindas do meu coração!<br /><br />Ah, gente! Hoje acordei com a letra da música "Metamorfose Ambulante", de Raul Seixas, na cabeça: <em>"Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante (...)/Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo/Sobre o que é o amor/Sobre o que eu nem sei quem sou (...)".</em> Galera, nada mais chato ou mais <em>over</em> do que aquele que não se renova! Há momentos da vida que são extremamente difíceis, parece que as paredes se fecham e a gente não tem por onde escapar? Você já viveu um momento assim? Eu estou vivendo. E posso dizer: a criatividade é um dos meus grandes remédios. Quanto mais denso o clima, mais viva deve ser a criatividade. E como é poderosa a criação! E não digo que seja criação de obras de arte, as quais tb são mega importantes, mas eu digo uma criação interior, algo assim como uma "faxina na vida", sacou? Ah! Eu li um artigo da "Revista Reformador" (N. 2161 Abril 2009) que achei massa! O artigo intitula-se "Frustrações Angustiantes", deVianna de Carvalho (psicografia de Divaldo Franco em 09/07/2008). Atentei para um termo que assolava os religiosos, bem como as pessoas de forma geral logo após a aceitação e divulgação em larga escala do Cristianismo: akedía ou acídia. Tratava-se de um estado melancólico, deprimido, uma sensação de vazio existencial provocado pela frustração, pelos reveses da vida, com o consequente retraimento das atividades cotidianas. Gente, todos temos algo útil e importante para fazer de nossas vidas, concordam? Antigamente, as pessoas costumavam refugiar-se, a exemplo dos ascetas egípcios, no intuito de meditarem e guardarem a vida reta e santa. Porém, como mostra Vianna de Carvalho, essa prática virou uma verdadeira fuga! Quantos de nós não somos acídios? E quão importante é deixar de ser! Vivamos, vivamos e vivamos sempre, ainda que o momento seja difícil. Essas experiências têm por objetivo nos tornar mais humanos (embora alguns de nós se tornem mais embrutecidos pelo sofrimento). Minha leitura pessoal é a de que deve haver a explosão de nossa sensibilidade, do sentimento de amor (e como é difícil amar incondicionalmente nesse mundo de expiação...), da fraternidade. Que olhemos mais para o próximo tal como fez Jesus em sua caminhada na Terra (olhemos, porém sem esquecer de nós mesmos). Existiu maior exemplo do que o Dele? Vivamos, galera, sempre!<br />Para terminar, Meu queridíssimo Mário Quintana: "(...) O mistério está é na tua vida/E é um sonho louco esse nosso mundo".<br /><br />Bjos, bjoks e continuo delirando...<br />AlêAlêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-29703296308276357872009-07-30T18:17:00.000-03:002009-07-30T18:19:04.207-03:00FotoAh, gente! A foto acima tem um tempinho...é que estou rememorando os momentos bons da minha vida, já que isso cria ânimo, sem perder a perspectiva do presente! BjksAlêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4400100783689228736.post-442600333545257052009-07-30T17:24:00.000-03:002009-07-30T17:25:26.416-03:00Delírios da AlêDelírios da Alê<br />Oi, pessoas queridas! Enfim, criei o blog! Gente, parece mentira, mas há tempos pensava em fazê-lo, mas acabava "varrendo para debaixo do tapete". Porém, li uma entrevista de José Saramago ao "Segundo Caderno" do jornal "O Globo", de 26/07/09. O autor falava sobre a questão da redução de espaço de fala nos meios virtuais, redução essa que, a meu ver, tem ampla relação com a escassez do tempo e com a massificação do ser humano. A gente precisa ser conciso, escrever uma tese em tempo recorde, escrever um livro que não ultrapasse 50 páginas, mas a informação deve circular. E cada vez mais criamos uma cultura de banalização das formas de comunicação. Curioso isso, pois a cultura ocidental pauta-se na escrita. Cada vez escutamos menos, percebemos menos, vivemos menos as nuances da vida. E isso não é filosofia barata! Temos sempre que seguir as regras do jogo do capitalismo, cada vez mais exagerado, mais massificador.<br />Esse blog pretende romper com a cultura de massa, daí o título "delírios". Nele pretendo expor as minhas "viagens na maionese" mesmo, porque de sonhos e insanidades (que nada tem a ver com o hediondo e com o desrespeito às coisas da vida e ao próximo) também vive a raça humana! Um ode à escrita e ao livre pensamento!Pretendo discutir temas, delirar, deixar impressões e idéias. Que ele seja um espaço de trocas e de vida!Lembremos antes de postar os comentários: "Gentileza gera gentileza", de acordo com o Profeta!<br /><br />Beijocas!<br />AlêAlêhttp://www.blogger.com/profile/17889872151767817781noreply@blogger.com